segunda-feira, 27 de julho de 2009

Desapegue

Passo pela crise que jurei que nunca passaria. Uma fase difícil, quase uma depressão, diria minha tia!!! Afinal quem mandou ter idéia de girino, não é mesmo?
Um belo dia, ou madrugada, decidi que queria mudar, aulas chegando e sabe como é não mudei no começo do ano, melhor mudar em agosto, passar o ano todo com a mesma cara languida não é pra mim! Então com alguns pensamentos loucos, e amigas mais ainda, decido cortar o meu cabelo de Rapunzel, que estava no meio das costas, lindo e semi loiro, um arraso! Axl Rose teria inveja de mim!Mas como eu disse teria...
Fui ao cabeleireiro, que maravilha, pensei que ia me sentir uma nova mulher, mas pelo contrário, me senti um mangá! Fiquei idêntica a um, quando a intenção era ficar com o cabelo igual o da Shirley Manson, e então começa o sofrimento!
Cheguei em casa, procurando o cabelo que antes caia nas costas, pedi opinião de amigos, da mãe, do pai, da irmã, da tia e do cachorro! Pedi opinião de todo mundo e cada um dizia uma coisa, adorei, ficou horrível, diferente, show! E isso só me deixava mais confusa e mais agoniada, ainda mais quando eu lembrava da cara do cabeleireiro dizendo ‘’pode navalhar mesmo?’’ e com um sorriso enorme!
Eu me gabei à vida toda, de nunca ter me arrependido de um corte, sempre sai satisfeita, me arrependi de pintar de preto uma vez, mas tintura a gente resolve em uma semana, cabelo ou cresce ou você faz megahair, duas opções demoradas e a segunda tem muitos custos. Agora estou aqui, escrevendo isso a você, caro leitor e principalmente cara leitora, que talvez melhor do que eu saiba o que é passar por isso, não desmerecendo os leitores ex-cabeludos, afinal eles também sabem o que é ficar com um cabelo muito curto!
Agora já estou mais calma (acho), estou procurando acreditar que isso é um sonho ruim ou ainda dizendo pra mim mesma “cresce rápido”, embora isso não seja convincente, mas não tenho muito que fazer, além disso. O que me resta fazer é o que o titulo do texto diz “desapegue”, cabelo nasce de novo.

sábado, 25 de julho de 2009

Eu sou do tempo

Eu sou do tempo em Billy Joe do Green Day não era emo e sim punk! Do tempo em que o Tom Delonge do Blink era um idiota e por isso era legal, do tempo em que Bruce Willis era casado com Demi Moore e era chamado para fazer os blockbusters mais fantásticos do cinema. Sou do tempo em que Madonna ainda fazia polêmica e que Britney Spears era supostamente virgem, do tempo em que indie era indie mesmo e não modinha. Sou do tempo em que a 89 era a rádio rock e melhor ainda, do tempo em que rock ainda tocava no rádio! Sou do tempo em que D2 era preso por fazer apologia à maconha, Capital Inicial fazia música de verdade e Legião ainda tocava nas rádios. Eu sou do tempo em que o Lula sonhava com o mandato, do tempo que crianças sabiam cantar “atirei o pau no gato’’ e do tempo em que se ia para o shopping de sapato. Sou do tempo em que balada era coisa para jovens de 20 anos e não para crianças de 12, essas brincavam de Barbie e autorama, não madrugavam no MSN e nem sonhavam com internet! Sou do tempo em que Chinese Democracy era lenda, em que Strokes era uma bandinha que não ia fazer sucesso e do Top 20 Brasil e do Disk MTV com a Sabrina. Eu sou do tempo que não existia piriguete e sim galinhas, e essas eram raras e desvalorizadas, sou do tempo da MTV politizada, do tempo em que jovens ainda pensavam. Não sou do tempo de Crepúsculo e sim de Christiane F., de Nintendo 64 e não de PS 1, 2 e 3. Sou do tempo do VHS, do vinil e do Planeta Xuxa. No meu tempo todo mundo comia pipoca com guaraná no sábado à tarde e não pizza alias sou do tempo em que pizzaria não era uma em cada esquina. Sou do tempo do Oasis, Blur e Red Hot Chili Pepers e também do tempo que Metallica era uma banda mega conhecida, do tempo em que o Maiden não fazia show todo ano no Brasil e do tempo que emo não era um bando de adolescentes chorando com franja. Eu sou do tempo das Spice, BSB e N’Sync, do tempo dos Hanson’s e da KFC. No meu tempo não existia Hopi Hari, só Playcenter, criança dormia cedo e assistia Eliana. Eu sou do tempo de tanta coisa, Fofy, Beto Carreiro, chocolate da Mônica, Pogobol e Acquaplay. Sou do tempo que nem todo mundo falava inglês. É eu sou do tempo de muita coisa, de um tempo que eu sinto falta, de um tempo mais simples e mais normal.
O tempo passou, eu cresci, as coisas mudaram e eu tenho saudades. A vida era mais fácil, as pessoas tinham mais tempo, educação e respeito era moda, quase todo mundo tinha e os valores eram reais e não invertidos como hoje.
É difícil lidar com o passar do tempo, mas mais difícil ainda, é perceber que eu cresci, mas que a humanidade regrediu e não evoluiu.

Ouvindo - Bush - Machinehead

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Areia demais

Férias, tédio, tempo de colocar a leitura em dia não é mesmo? Decidi que iria ler alguns livros que já estavam pendentes há algum tempo, o Gomorra, por exemplo, do Roberto Saviano, mas está sofrível, então decidi intercalar a leitura com outro livro, que conheci fazendo um teste em alguma revista feminina, que me deparei em alguma casa de tia ou cabeleireiro.
O nome do teste era “qual livro você é?”, e o resultado do meu teste foi justamente inesperado e óbvio, Doidas e Santas, de Martha Medeiros. Inesperado por conta de não ser um romance dos típicos que eu sou fã, nenhuma história linda e maravilhosa de Machado de Assis, o ápice da literatura nacional para mim, e sim uma autora da qual eu nunca tinha ouvido falar, embora já conhecesse uma de suas obras e tenha adorado a mesma, além do livro ser composto por crônicas, que como podem ver caros leitores, sou adepta desse estilo!
Para quem não sabe, Martha Medeiros é autora de Divã, que atualmente tornou-se um sucesso do cinema nacional, e recomendo para quem não assistiu, assista, pois é um bom remédio para esse ócio das férias e para qualquer cara amarrada, já que tenho certeza que qualquer pessoa em pleno uso de suas faculdades mentais vai chorar de rir.
O livro é composto das crônicas que Martha escreve para jornais, desde 2005, lidando com o cotidiano da mulher em especial, mas sem deixar que a sociedade como um todo seja abordada, de forma irreverente e sensível ela consegue cativar o leitor.
Em uma das crônicas que li ainda hoje, intitulada “O cartão” ela aborda o tema da insegurança feminina, em especial em relações amorosas, e acho que o tema inicial do blog, tem tudo a ver com isso, afinal, ele começou com um texto bem apocalíptico, sobre romances, lembram-se?
Pois é. Martha conta a história de um capitulo de sua vida, onde ela como toda boa garota de 17 anos estava apaixonada por alguém que era “muita areia para seu caminhãozinho”, mas o que ela não sabia, é que essa areia, nem era tanta assim e correspondia completamente seus sentimentos! E vamos convir quem nunca passou por situação semelhante e ainda sim, não aprendeu a lição?!
O intuito desse texto é simples e curto, e não necessita de toda essa introdução, mas seria ingratidão minha se não falasse e apresenta-se a vocês essa maravilhosa cronista que conheci agora e estou adorando. Mas em poucas palavras, lembre-se de que tentar não arranca pedaço, sonhar não paga imposto e ter auto-estima é sempre bom e ajuda muito. Não fique se achando um nada em relação ao príncipe encantado só por que você não é ao certo um modelo de beleza (ou pelo menos você não se sente um) e aos rapazes, não façam como o rapaz da crônica, que desistiu logo ao primeiro fora, não intencionado da moçoila, pode muito bem ser que ela seja aérea, louca, esteja com TPM ou mesmo só se sinta insegura em relação a você!
Em resumo, sejamos felizes e boas férias!

segunda-feira, 13 de julho de 2009

;)

When you're talkin to yourself
And nobody's home
You can fool yourself
You came in this world alone
[Alone]

So nobody ever told you baby
How it was gonna be
So what'll happen to you baby
Guess we'll have to wait and see
One, two

Old at heart but I'm only 28
And I'm much too young
To let love break my heart
Young at heart but it's getting much too late
To find ourselves so far apart

I don't know how you're supposed
To find me lately
And what more could you ask from me
How could you say that I never needed you
When you took everything
Said you took everything from me

Young at heart an it gets so hard to wait
When no one I know can seem to help me now
Old at heart but I musn't hesitate
If I'm to find my own way out

Still talkin' to myself
And nobody's home
[Alone]

So nobody ever told us baby
How it was gonna be
So what'll happen to us baby
Guess we'll have to wait and see

When I find out all the reasons
Maybe I'll find another way
Find another day
With all the changing seasons of my life
Maybe I'll get it right next time
An now that you've been broken down
Got your head out of the clouds
You're back down on the ground
And you don't talk so loud
An you don't walk so proud
Any more, and what for

Well I jumped into the river
Too many times to make it home
I'm out here on my own, an drifting all alone
If it doesn't show give it time
To read between the lines
'Cause I see the storm getting closer
And the waves they get so high
Seems everything we've ever known's here
Why must it drift away and die

I'll never find anyone to replace you
Guess I'll have to make it through, this time-Oh this time
Without you

I knew the storm was getting closer
And all my friends said I was high
But everything we've ever known's here
I never wanted it to die

Ouvindo - Estranged - Guns N' Roses

domingo, 5 de julho de 2009

O ócio que não é criativo

Passadas semanas e semanas de labuta, de noites mal dormidas e quando dormidas lotadas de sonhos com as benditas DPs é chegado o momento! Sim, é chegada a hora final! O semestre finalmente acabou e com ele todas as preocupações, as crises de enxaqueca fulminante, o café para virar a noite e o choro por meio ponto. Tudo isso acabou sim, mas e agora?
Agora podemos nos entregar finalmente ao ócio que esperamos por todo o semestre, aquele que era tudo que você desejava quando tinha a prova daquela bendita matéria, que você jurava que ia pegar DP, mas conseguiu passar raspando. Sim, nós já temos o ócio que sonhamos durante as tais semanas do semestre letivo que eram intermináveis, mas é agora que começam os problemas.
Desejamos o ócio como sendo o paraíso, pensando na praia (alguns, afinal eu não suporto praia), nas noites bem dormidas, aquelas que têm mais de doze horas e você acorda depois da hora do almoço, o shopping com os amigos, para andar a tarde toda sem se preocupar e sem destino, perdido entre corredores, as tardes olhando para o teto do quarto sem se preocupar com nada, os livros que você deixou de ler para estudar a pior matéria do mundo, os filmes que você não pode ver, pois tinha prova, e tudo aquilo que você queria e achava um máximo você finalmente tem.
Nós nos esquecemos de algumas coisas, às vezes essenciais, por exemplo, nem sempre o ócio é o paraíso. Embora ele possua todas as qualidades que já citei, ele também possui seu lado ruim, afinal você irá com tanta sede ao pote, que fará tudo de uma vez, e antes mesmo de ter de voltar às aulas, você já terá feito tudo que queria, não vai mais agüentar dormir e nem vai ter dinheiro pra gastar, então o ócio se transformará em tédio e na sessão da tarde, com aquele filme que você assiste desde a mais tenra idade.
Sabe tudo aquilo que você quer esquecer? Então, você vai lembrar de tudo, porque está vivendo o ócio também! Não se esqueça de que você ainda terá algum exame para fazer na faculdade, uma recuperação na escola, precisará procurar estágio talvez, estudar mais e festejar menos, esquecer os fracassos do coração e se recuperar de algum amor inacabado, e você se lembrará de tudo isso, assim que o sono acabar, além de sua mãe lembrar também que já que não tem prova, você deve arrumar seu quarto!
Todas essas coisas virão, em mais uma de suas férias de inverno, como todas essas coisas aconteceram em todas, pois você sempre as levou dessa mesma maneira.
O ócio é bom, mas cansa, saiba aproveitá-lo. Não faça tudo de uma vez, permita conhecer o desconhecido, não fique dormindo por boa parte de suas férias, faça isso uma vez por semana, se for tão necessário, vá a lugares que você nunca quis ir e conheça de verdade, para dizer se gosta ou não, afinal o shopping você conhece desde sempre mesmo, leia livros trabalhosos, que necessitam de empenho, e pare de ler a tal da auto-ajuda, pois aquilo não ajuda em nada mesmo, faça o que se tem de melhor para fazer e não pense no que dói e machuca inclusive no professor que quer te ferrar ainda, viva e aproveite seu ócio, fazendo dele um ócio criativo!

Ouvindo: kiss the rain - Billy Myers